domingo, novembro 01, 2009

Os Pica-pedra

Quem Sábado esteve na pedreira viu que o Sporting de Braga de hoje, já não tem nada a ver com o tímido Braga que deambulava pela tabela da 1.ª divisão nos idos anos de 90. O Braga da altura, completamente avesso ao Sporting que tambem o denominava, muito por culpa de uma massa adepta que se dividia pelo vermelho local e pelo o outro encarnado, este da capital, o do Benfica (tanto que se fazia de Braga, cidade, o bastião do Benfiquismo no norte), adversário de ontem que confuso sentiu na pele pela primeira vez todo o efeito de uma completa revolta da mentalidade e realidade futebolística da região.

Se alguma dúvida havia quanto á dispersidade do apoio na noite mágica de ontem, ela ficou completamente desvanecida mal a equipa Lisboeta entrou em campo e foi recebida com uma louca e insana fúria de assobios, qual ex-amada recebida após conflituoso divórcio.

O minuto sete trouxe a confirmação de uma ruptura anunciada e a partir de aí e infelizmente todos os ressentimentos, conflictos internos e outros sentimentos mal resolvidos vieram á flôr da pele para se transformarem num ódio gratuíto e imbecil.

Àparte desse incontrolável ìmpeto que se estendeu aos relvados no intervalo, o jogo até foi muito bem disputado e nas bancadas a voz dos indefectos adeptos das águias acabaram finalmente por sucumbir ao ritmo infernal das baquetas improvisadas dos cartões publicitários de uma companhia de seguros e que fazem dos adeptos minhotos os pica-paus neste caso, ou pica-pedras dada a localização do estádio, da 1.ª Liga Portuguesa.

E pica-paus tambem no relvado, pois a dupla de atacantes Augustos não descansa enquanto não marcar a diferença.

Falta apenas à equipa assegurar a preserverança dessa ave tão castiça para derrubar todos os obstáculos ao almejado título.