segunda-feira, janeiro 22, 2007

O melhor Portugues de sempre nunca poderia ser outro que não a nossa melhor Pessoa... ou outro Pessoa qualquer.

Estive a ver ontem o programa que apresentava aos portugueses aqueles Portugueses, os grandes portanto, que irão "disputar" a tão badalada final do concurso "O melhor Portugues de sempre" promovido pela RTP1.
Já sabia de antemão os 10 finalistas pelo que a minha curiosidade se prendeu mais pelos novos argumentos que eventualmente se poderiam ouvir da voz dos convidados que compunham o sempre presente painel de comentadores.
Tenho, assim como tinha já, opinião formada sobre o "tal" que para mim personifica na integra o epiteto do Grande Portugues e entristece-me que após o programa não me suscitassem dúvidas ou razões maiores que me obrigassem a uma maior reflexão sobre o assunto.
Não creio que a culpa possa ser imputada ao programa em si nem aos seus intervenientes ou colaboradores, penso sim que esta está de tal modo enraizada em mim que outro não poderia nunca vir a ser opção. Quer dizer no fundo , no fundo , até podia. O que não quer inexoravelmente dizer que de outra Pessoa se tratasse.

Fernando Pessoa

É esta a minha escolha se é que lhe podemos chamar escolha. É mais uma fé, uma constatação, uma revelação da nossa identidade. E é aqui nesta unidade nacional onde todos nós Portugueses nos orgulhamos de sermos efectivamente Pessoas. Somos um Pessoa desmultiplicado em milhões de Pessoas , cada qual e á sua maneira unido a um mesmo Pessoa.
Não é esta porém a única razão embora me parece fútil o prosseguir desta argumentação depois de tomada a consciência sobre a nossa própria Pessoa.
Somos no entanto um País simples, ás vezes até pequeno, sempre comodista e ainda aí tambem Fernando o foi. Viciado no seu tempo e nas suas Pessoas , fugido de uma sabedoria que o persegue, Fernando foi tambem ele pequeno. Até que a fúria das suas palavras o rasgaram em mil e povoaram o seu, nosso , imaginário em fragmentárias Pessoas.
Um País que hoje modesto, dividiu o mundo em dois com o intuito de governar numa das suas metades e mostrar assim a grandeza do seu povo. Das suas gentes. das suas Pessoas. E tambem assim fernando o fez , modesto e modestamente redefiniu os conceitos de uma Literatura que se queria clássica para libertar com a sua grandeza a voz das suas Pessoas. Das suas gentes. A voz do seu povo.
E se Fernando um dia não foi Camões e se Camões não cantou por um dia Fernando, foi porque já em Camões viviam essas Pessoas que um dia Fernando libertou de cantos aprisionados em séculos e de séculos aprisionados no tempo.

Viva Fernando Pessoa . Viva Portugal

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

muito bem...

(desculpa a pobreza do comentário mas estou + q morta... o cérebro não funciona e estou a pensar como vou fazer para preparar o trabalho de amanhã)...

9:37 PM  
Blogger Nórdico said...

oh socia ... não tens nada que pedir desculpa ... as melhoras e bom trabalho amanhã.

10:03 PM  

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