O assalto final
Ontem e depois de vários meses de votação os promotores do concurso do melhor Português de sempre anunciaram os resultados da votação : Salazar ; Cunhal ; Aristides. Primeiro. Segundo. E terceiro respectivamente.
Ficam evidentes entre muitas outras, duas coisas: O peso atribuido ao século passado sendo os três mais votados ali viventes. E a questão por resolver entre Cunhal e Salazar.
As duas estão directamente correlacionadas. Saídos há bem pouco de uma ditadura e com uma jovem democracia já desacreditada os Portugueses resolveram julgar os seus infortunios importando-os directamente do século passado. A herança de uma ditadura mais facilmente aceite devido aos históricos séculos das Monarquias superou a resistência de um idealismo muitas vezes isolacionista devido aos duros anos de clandestinidade e por isso mesmo menos simpático aos olhos de uma sociedade já dois-mil-anista. O duelo histórico Salazar-Cunhal que nunca conheceu um desfecho claro devido ao incidente da cadeira veio agora quase vinte e cinco anos depois disputar o seu último assalto nas linhas de comunicação dos Portugueses, com estes a desferirem o golpe final que Salazar nunca conseguiu. Cunhal sai assim derrotado, se é que se pode chamar algum dia a isto de vitória ou derrota, a meu ver não, reflectindo uma esquerda de um País moderado, que se reflecte tanto no Humanismo de Aristides como na resistência de Cunhal. Na minha humilde opinião parece-me que quem viu algum interesse neste programa foram ou os manifestos apoiantes de Salazar e os seus detractores, ou os apoiantes de Cunhal e os tambem seus detractores, tendo o resto da população em geral votado em Aristides (e nos restantes) na esperança de devolver alguma evolução ideológica á Nação. Não será demais dizer que que Portugal não se resume nem nunca se resumirá a Salazar e a Cunhal . Não será demais dizer que as duas votações somadas as de Aristides e de Cunhal dariam para ultrapassar a votação de Salazar. E nunca será demais dizer que ainda é muito cedo para julgar o 25 de Abril.
Pelo menos assim o é á luz desta votação.
2 Comments:
Eu continuo a não entender esta votação......para quando um povo unido mas crescido e capaz de ideias próprias (mas reais)??
somos dois ...
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