terça-feira, fevereiro 12, 2008

O possívelmente bem mais negro futuro de Hillary Clinton

Vivem-se tempos difíceis na casa outrora branca do casal Clinton. Depois das sondagens lhe alvitrarem uma generosa vantagem aquando do seu anúncio á corrida eleitoral, eis que e após uma larga sucessão de causus e primárias estaduais, uma super-terça lhe viria a revelar o que mais temia - o esvanecer de um favoritismo que secretamente também e cada vez mais alimentava para o seu grande rival (nesta corrida pelos democratas) do Illinois.
Serão dias frenéticos certamente estes que vive a Sra Clinton. Depois do súbito abandono de Jonh Edwards que deixou órfão o seu apoio, ter surpreendentemente vindo a favorecer o Senador negro do Illinois em detrimento da dama de Nova Iorque, não se vislumbram grandes hipóteses desta poder retornar a sua antiga moradia em Washington.
Passam por duas, a meu ver, as possíveis estratégias para a Senadora da Costa Oeste poder actuar sem contudo alimentar uma evitável a todo o custo “guerra fraticida” com Obama que a existir poderá muito bem pôr em perigo toda a mais que presumível vantagem democrata sob qualquer que seja (sendo certo que será quase inevitavelmente McCain) candidato republicano. O desaparecimento de Edward´s sem que este evidenciasse um apoio evidente a qualquer dos candidatos deixou um vazio nos seus apoiantes que poderá levar á tentação dos dois ainda disputantes de caírem no ataque pessoal o que somente levaria a qualquer um deles (o que vença) a trabalhos redobrados mais tarde na verdadeira corrida a Casa Branca, pelo que será sempre desaconselhável.
A primeira abordagem a seguir seria e no meu entender claro está, persistir no discurso para fora, ou seja para McCain, como alias e muito inteligentemente a antiga Primeira Dama tem vindo ultimamente a fazer de maneira a sublinhar a sua superioridade retórica sobre Obama de maneira a obrigar este a vir a terreiro defender as suas ideias mas de modo indirecto sem correr o risco de passar ao ataque pessoal. Fazer de McCain o Edward´s desaparecido de maneira a cativar os indecisos é absolutamente necessário para a todavia Senadora Nova Iorquina. Se é verdade que Barack Obama cativa pelo seu discurso ideológico, também é certo que se perde pela sua inexperiência técnica em assuntos específicos que são particularmente importantes para grande parte da população americana. E essa é a ideia a reter. È a América quem vota. E aí poderá residir a força de Hillary para derrotar Obama. Insistir nos assuntos domésticos: na economia , no emprego, na saúde e na segurança. O Senador que carrega consigo o “elan” dos Kennedy consegue um consenso extraordinário “out-door´s” , na Europa , consequência de um charme invulgar, magistralmente aproveitado nos media, aliado a um tom de pele que por si só apela. Todavia quem vota não deixa de ser a América. E uma América muitas vezes profunda, afundada em desemprego e depressão económica, que não quer saber nem dos antigos nem dos novos Kennedy´s. Quer ter sim, garantias de emprego estável, de uma economia saudável e de planos de saúde viáveis. Esta seria na minha opinião a estratégia a seguir pela nova Dama de Ferro, se será todavia suficiente? Isso já não sei, Obama tem carisma mais que necessário para aguentar toda a pressão e vencer a corrida. Ambas as corridas.
A segunda opção passaria por um acordo com Barack Obama que no meu entender seria a melhor opção para o partido de modo a proteger a sua preciosa vantagem. O acordo asseguraria um primeiro mandato com a Senadora á cabeça e com Obama a Vice, findo o qual o Senador agora bem mais experiente correria ele mesmo á presidência. Seria a solução ideal para todos? Eu acredito que estará muito próxima disso.