quarta-feira, maio 28, 2008

Quando (n)o centro não (há) é virtude.

O PSD atravessa uma sabida crise generalizada no seu seio, algo que pareceria completamente impossível de acontecer anos atrás. O PS e pela voz do seu Pai fundador reconhecendo no seu rival os indicios sintomáticos da rotura politico/ideológica veio convidar os seus militantes para um debate profundo sobre a estratégia politica versus ideossincrasia do partido. O suspeito comum a ambas imprevisiveis (!?) crises é só um e um mesmo, á falta de responsabilização de ambas as partes, que como é sabido sempre actuaram ou governaram tendo como único objectivo o melhor para Portugal. Assim é o Centro, esse monstro inqualificável que obriga os idóneos partidos a absurdas campanhas com hiperbólicas promessas que nunca se irão cumprir mas que das quais se obrigam (os coitados) a acordos que vão contra as suas próprias raízes ideológicas. O Centro que hoje em dia é Comercial , onde tanto chegam os de esquerda como os de direita, como os Doutores e os Engenheiros e os operários e até mesmo os militares. Esse grande Centro Comercial que gere o País e que tanto o PS como o PSD ajudaram a erguer, esse Centro não obstante ter sido até agora o motor da economia, o gerador das maiorias essenciais ás reformas sociais e económicas tão necessárias á aproximação dos padrões europeus, esse Bendito Centro vem-se agora a descobrir que não passa de um grande vácuo ideológico, de um um portentoso desnorte de um Centro que depois de abdicadas as extremidades de um espectro politico (já não muito famoso então) não encontra agora qualquer referencial com que possa evoluir e reforçar a sua grandeza e fundação. As crises, uma anunciada, outra mais que prevista dos dois maiores partidos da Nação tem como culpado um e um só factor e não é o centro que como se sabe é onde está e permanece a virtude, mas a tentação de agradar a um centro que muitas vezes não se gosta mas que edifica esse grande Centro Comercial cada dia que passa mais vazio mas que continua a governar Portugal.