Trabalhar faz Mal (2)
Lição de Estatutos
Se a primeira semana me trouxe mais perguntas que respostas, as semanas seguintes trouxeram-me muitas respostas... nenhuma que me agradasse.
Depois de não ser esclarecida quanto ao meu horário, acabei por fazer aquilo que me tinham indicado: elaborar o horário em acordo com as alunas. O que fui eu fazer?! No dia seguinte sou chamada ao gabinete da minha chefe que ficou enfurecida por eu ter elaborado o meu próprio horário e me deu um sermão de mais de trinta minutos, com direito a uma breve lição de estatutos. Fiquei a saber que havia um grande fosso entre a senhora dona minha chefe e os restantes professores, perdão!, “fazedores de exercícios”* (expressão já popularizada naquele departamento de Língua Portuguesa). Não perceberam? Passo a explicar: professor, como a senhora dona minha chefe, é aquele que aparece em todos os documentos oficiais como “coordenador” de determinada cadeira, leccionando também, ele próprio, algumas das aulas teóricas dessas disciplinas mas estando sempre demasiado ocupado (ainda não percebi bem com o quê) para realmente as leccionar e, por isso, sendo substituído por outras pessoas; já os “fazedores de exercícios” são os restantes professores, a “ralé” da docência, aqueles que realmente dão aulas, entre os quais eu própria. A esta lição de estatutos a cara senhora quis também deixar bem claro que eu ali não sou “ninguém” e que não me esquecesse disso em ocasião alguma. Entre mais meia dúzia de coisas a dita senhora afirmou não sei por quantas vezes que eu nem sequer tinha currículo para ali leccionar – verdade ou não, fiquei sem compreender, então, porque é que ela mesma me contratou...
Não haja dúvida que comecei bem...
*O termo “fazedor de exercícios” é realmente usado pela dita senhora para designar todos os professores que realmente dão aulas aos seus alunos. A senhora tem por hábito referir várias vezes a esses mesmos docentes que eles “não dão aulas” apenas se “limitam a fazer exercícios”.
Depois de não ser esclarecida quanto ao meu horário, acabei por fazer aquilo que me tinham indicado: elaborar o horário em acordo com as alunas. O que fui eu fazer?! No dia seguinte sou chamada ao gabinete da minha chefe que ficou enfurecida por eu ter elaborado o meu próprio horário e me deu um sermão de mais de trinta minutos, com direito a uma breve lição de estatutos. Fiquei a saber que havia um grande fosso entre a senhora dona minha chefe e os restantes professores, perdão!, “fazedores de exercícios”* (expressão já popularizada naquele departamento de Língua Portuguesa). Não perceberam? Passo a explicar: professor, como a senhora dona minha chefe, é aquele que aparece em todos os documentos oficiais como “coordenador” de determinada cadeira, leccionando também, ele próprio, algumas das aulas teóricas dessas disciplinas mas estando sempre demasiado ocupado (ainda não percebi bem com o quê) para realmente as leccionar e, por isso, sendo substituído por outras pessoas; já os “fazedores de exercícios” são os restantes professores, a “ralé” da docência, aqueles que realmente dão aulas, entre os quais eu própria. A esta lição de estatutos a cara senhora quis também deixar bem claro que eu ali não sou “ninguém” e que não me esquecesse disso em ocasião alguma. Entre mais meia dúzia de coisas a dita senhora afirmou não sei por quantas vezes que eu nem sequer tinha currículo para ali leccionar – verdade ou não, fiquei sem compreender, então, porque é que ela mesma me contratou...
Não haja dúvida que comecei bem...
*O termo “fazedor de exercícios” é realmente usado pela dita senhora para designar todos os professores que realmente dão aulas aos seus alunos. A senhora tem por hábito referir várias vezes a esses mesmos docentes que eles “não dão aulas” apenas se “limitam a fazer exercícios”.
NOTA: As crónicas intituladas "Trabalhar faz Mal" relatam factos verídicos. Todas as pessoas e situações mencionadas são reais.
A Instituição visada é a Faculdade de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Universidade de Bari (Itália) e a responsável pelo Departamento de Língua Portuguesa é a Prof.essa Fernanda Toriello.
Já que legalmente nada se pode fazer em relação ao que aqui vai sendo relatado, pede-se que divulguem estes textos, o mais possível, a todos os professores de Língua Portuguesa que conheçam, de modo a evitar que outros colegas passem pelo mesmo.
O meu obrigada.
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