Crónicas do Quotidiano na escola das "bestas"

Os alunos comportam-se daquela forma que já vos descrevi. Como tal, como forma de os pressionar a alterar o comportamento, ficam de castigo no final da aula, entre 1 a 10 minutos (porque se fossem mais a castigada era eu...), por cada vez que faltarem a uma regra de sala de aula (tal como gritar ou levantar sem pedir licença).

Como em todas as aulas, o aluno x voltou a ficar de castigo.

São 17h15 e já é noite.

À janela um senhor de idade faz-me sinal, como quem pergunta porque é que o miúdo ainda lá estava. Digo-lhe que está de castigo. O senhor faz uns trejeitos em forma de incompreensão e de protesto. Convido-o a entrar para não estar à chuva. O dito senhor entra e volta a questionar-me acerca da razão da permanência do aluno na sala de aula. Volto a dizer que o aluno está de castigo e só sairá passados 5 minutos. O senhor responde-me:

"De noite?? Não se justifica estar de castigo à noite??" (note-se que as minhas aulas às ditas "bestas" são sempre das 16h30 às 17h15: de noite!)

Ao qual respondo indignada: "Não se justifica? Justifica! O que não se justifica é que o aluno se porte mal e não respeite as regras de educação e de sala de aula!" O senhor amua e eu viro-lhe as costas indignada!

Nota: o aluno estava feliz da vida por estar de castigo e queria bater um novo recorde de permanência na sala. Masoquismo ou tortura à professora?... Eis a questão!