Mutilando a Língua Portuguesa
Numa universidade do sul de Itália, em Bari, ensina-se português. Uma larga centena de alunos adopta esta língua como uma das três línguas a estudar na Faculdade de Línguas Estrangeiras, a grande maioria motivada pelo fascínio descoberto no fado, música que os encanta e os atrai para o estudo da língua camoniana. Nada que nos devesse admirar, já que Portugal é a sexta língua materna mais falado no mundo, com mais de duzentos milhões de falantes nativos, a terceira língua mais falada no mundo ocidental, língua oficial da União Europeia e de 9 países e falada em mais 26 países.
Entretanto, naquela universidade cometem-se atrocidades no ensino desta língua, que vai sendo mutilada aos poucos.
A responsável pelo departamento e coordenadora de todas as cadeiras ligadas aos Estudos Lusitanos impõe um método de conversação como manual obrigatório das aulas de Língua Portuguesa. Logo aí o ensino do Português é resumido ao mais básico e elementar e a cultura (da língua) portuguesa é posta à sombra do mais básico “Eu chamo-me Steve”.
Apesar dos alunos se encantarem com o fado, a música não entra na sala de aula, a não ser através de uma professora mais destemida que de quando em vez finge esquecer as regras da instituição.
Os responsáveis esquecem-se também que uma língua é feita das suas inúmeras variedades. Já Saramago, escritor altamente conceituado naquele país e cânone que integra o plano de estudos daquela faculdade, afirmou: “Não há uma língua portuguesa, há línguas em português”. Sobre este assunto foi realizado por Victor Lopes, numa co-produção luso-brasileira, o brilhante filme “Língua – Vidas em Português” (2001), filmado em seis países: Portugal, Brasil, Moçambique, Índia, França e Japão. Na verdade, o português é feito de dois padrões e um professor de português não pode esquecer-se disso. É natural que se adopte o ensino de uma variedade de uma língua e acho natural também que numa cidade europeia se adopte o ensino do português europeu. No entanto, tal como no estudo do inglês, em que é imprescindível que se conheçam as principais diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano, também em português se torna necessário conhecer as diferenças entre os dois padrões: o português europeu e o português brasileiro. Porém, naquela universidade, o português brasileiro é completamente discriminado (a não ser nas aulas de Literatura Brasileira) e a leitora de Português, cidadã brasileira, é obrigada a alterar a sua pronúncia (padrão português brasileiro) e a falar em português europeu.
Eu imagino-me a mim mesma, cidadã portuguesa, nascida e criada em Portugal, a dar aulas falando “poretuguêix brásilêro”... Seria muito interessante...
Não há dúvidas que o Instituto Camões escolhe bem as suas parcerias e a nossa língua é bem ensinada e divulgada...
Entretanto, naquela universidade cometem-se atrocidades no ensino desta língua, que vai sendo mutilada aos poucos.
A responsável pelo departamento e coordenadora de todas as cadeiras ligadas aos Estudos Lusitanos impõe um método de conversação como manual obrigatório das aulas de Língua Portuguesa. Logo aí o ensino do Português é resumido ao mais básico e elementar e a cultura (da língua) portuguesa é posta à sombra do mais básico “Eu chamo-me Steve”.
Apesar dos alunos se encantarem com o fado, a música não entra na sala de aula, a não ser através de uma professora mais destemida que de quando em vez finge esquecer as regras da instituição.
Os responsáveis esquecem-se também que uma língua é feita das suas inúmeras variedades. Já Saramago, escritor altamente conceituado naquele país e cânone que integra o plano de estudos daquela faculdade, afirmou: “Não há uma língua portuguesa, há línguas em português”. Sobre este assunto foi realizado por Victor Lopes, numa co-produção luso-brasileira, o brilhante filme “Língua – Vidas em Português” (2001), filmado em seis países: Portugal, Brasil, Moçambique, Índia, França e Japão. Na verdade, o português é feito de dois padrões e um professor de português não pode esquecer-se disso. É natural que se adopte o ensino de uma variedade de uma língua e acho natural também que numa cidade europeia se adopte o ensino do português europeu. No entanto, tal como no estudo do inglês, em que é imprescindível que se conheçam as principais diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano, também em português se torna necessário conhecer as diferenças entre os dois padrões: o português europeu e o português brasileiro. Porém, naquela universidade, o português brasileiro é completamente discriminado (a não ser nas aulas de Literatura Brasileira) e a leitora de Português, cidadã brasileira, é obrigada a alterar a sua pronúncia (padrão português brasileiro) e a falar em português europeu.
Eu imagino-me a mim mesma, cidadã portuguesa, nascida e criada em Portugal, a dar aulas falando “poretuguêix brásilêro”... Seria muito interessante...
Não há dúvidas que o Instituto Camões escolhe bem as suas parcerias e a nossa língua é bem ensinada e divulgada...
2 Comments:
não tarda muito estamos a falar espanhol ... pelos mais variados motivos ...
nordico... mas tirando o falar em castelhano...os motivos agradar-me-iam muito... longe vão os tempos em que éramos contra os filipes!
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