quarta-feira, janeiro 24, 2007

Scor(e)sese

O ano de Scorsese ... Todos ( eu incluído ) torcemos para que este seja de facto o ano de Martin Scorsese. Será dificil acreditar para quem começar agora a seguir a sua carreira que este intenso realizador que nunca ganhou apetecida estatueta dourada. Filmes como "Taxi Driver" ou "Touro enraivecido" não podem deixar ninguem indiferente. No entanto scorsese, como tantos outros realizadores, sofre da necessidade convulsa da vida. Sofre de identidade colectiva. funde-se nos seus filmes e com o seu quotidiano, profanado aqui e ali pela hiperbolização dos seus personagens. E Hollywood despreza isso. Hollywood é a terra dos sonhos. Dos palhaços felizes de chaplin. Dos "happy endings". Das lições de moral. Das tiradas clássicas da trigi-comédia. Enfim dos palhaços de chaplin. Dos sonhos. Hollywood não muda, adapta-se á sua audiência e como um bom ilusionista acena-nos uma mão para fazer o pequeno truque com a outra.
Scorsese concorre para melhor filme e melhor realização. Mas Scorsese concorre como aliás sempre concorreu , contra si mesmo. Contra Hollywood. Com uma realização sóbria no entanto intensa e fluida, discorre numa trama ao seu verdadeiro estilo a cadência de um maestro , sem necessidade de ilusões ou de qualquer outro tipo de truques. Magistral de facto. No entanto Babel é mesmo Babel. Uma empresa fantastica unida pelo genio de um homem Alejandro Gonzalez Inarritu que garante a coerência a uma diversidade cada vez mais eminente e próxima do dia a dia. Não querendo ser ave de mau agoiro , espero só que a Babel se reserve o mesmo fim biblico que o destino lhe impôs e que ruia ... de modo a que o Martin finally Scores(ese).

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Sim, senhor! O sócio está de volta com os seus jogos linguísticos! Muito bem! Excelente texto de opinião, bem construído e fundamentado. Concordo contigo. Scorcese gosta de mostrar realidades duras e com crueza. Confesso que não vim o filme que está nomeado nem sou grande fã dos filmes do senhor (sou amante de happy endings... uma sonhadora incorrigível). Mas, seguindo critérios de qualidade, acho que já está mais que na altura do senhor levar o homenzinho para casa. No entanto, Babel (que também ainda não vi, é um filme fantástico (pelo menos em argumento).

4:45 PM  
Blogger Nórdico said...

heheheheh ... eu votar, votar , votava no Scorsese ... este Departed é de facto um hino aos Mobster´s Nova Iorquinos da velha guarda.

6:55 PM  

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