Martinho Marto - O revolucionador de Guimarães.

È um dos temas mais controversos na actualidade blogosférica , quem foi de facto Martinho Marto ? Considerado um dos maiores vultos da filosofia contemporânea por numerosos autores e uma das figuras incontornáveis no universo intelectual nacional dos ultimos tempos, continua a ser objecto das mais diversas teorias, a sua vida e a sua obra, dado o seu carácter de pura e obstinada lealdade para com o livre pensamento, corrente pró-sócratica da qual foi o fundador. Nascido supõe-se que em Donim ( onde segundo os poetas a humidade tem uma luminosidade muito própria ) não vai para muito que o tempo de uma vida, é em plena Guimarães porém que acaba por revolucionar os conceitos da escola clássica da filosofia encarnando em si mesmo a essência da sua doutrina qual Diogenes renascido da era moderna. Não foi fácil todavia converter a cidade-berço aos seus ensinamentos. Martinho escolhera Guimarães precisamente por ser o embrião da Nacionalidade e assim poder ambicionar chegar ao âmago da idiossincrasia nacional, para depois evoluir a sua reforma pelo País fora.
A sua dislexia própria tambem não o ajudou , e não foram raras as vezes em que se não fosse a pronta e rápida intervenção dos seus amigos, Martinho juntaria ao seu já diagnosticado handicap a indecifrável pronuncia dos "sem-incisivos".Não obstante o risco que deste enfado poderia advir, certos autores sugerem que é nele mesmo que reside o génio incomparável de Martinho evidente nas suas obras poéticas cantadas um pouco por toda a parte ao genero do desafio. Martinho nunca deixou nada escrito. Em parte por causa da sua férrea resolução de resistência ao conhecimento institucional, em parte ( e na maioria das opiniões dos especialistas ) por que era completamente analfabeto. Há no entanto registos sonoros e apontamentos escritos dos ensinamentos de Martinho registados por aqueles que lhe eram mais próximos e que documentam a sua irreverente genialidade. Dedicou toda a sua vida á sua causa: Destruir para Construir. Um lema que levou para a cova, que acabou por ser destruida para que pudessem construir um centro comercial no local. Martinho nunca deixou de lutar, foi sempre um incomformado , até na forma , que alguns lhe atribuiam a uma éspecie de Cyrano de Bergeraq ,outros a Manuel Serrão e muitas vezes a Lenita Gentil. Era um camaleão , embora muitos autores o descrevam antes como um leão de cama , o que corrobora a sua intrinseca dislexia, indissociavél tanto na sua obra como na sua vida privada. Deixou na sua cidade adoptiva ( e tambem nas cidades vizinhas ; Braga foi muitas vezes ponto de paragem para este douto vagabundo que sobre ela dizia :" não encontro melhor betão nos arredores para dar a minha mijinha contra a parede." ) um espólio de fina erudição que infelizmente apenas pode ser recuperado pelos testemunhos vivos da sua presença. È por isso mesmo que sobre ele escrevo hoje, para que se possa atraves da palavra e da memoria ressuscitar esse espirito livre que foi Martinho Marto , e aqui peço a todos os que privaram com ele que façam o mesmo, para que o testemunho sobreviva a roda livre das gerações. Nos seus últimos dias de vida Martinho foi acompanhado por Otelo de Guimarães, representante da mais fina aristocarcia europeia, "creme-de-le-creme" dos restritos circulos de erudição , amigo e profundo admirador de Martinho Marto que em sentida comoção relatou as suas ultimas palavras antes de partir para a sua procurada liberdade. Alguns historiadores contestam a veracidade da sua versão alegando que Martinho terá morrido aquando do público anúncio do despedimento do seu pupilo e continuador Jaime Pacheco das funções de Treinador do Vitória.
Uma coisa é certa , Martinho deve e tem que ser lembrado nos dias que correm e a sua filosofia não poderá ficar pendente apenas dos esquemas tecnico-tacticos de Jaime Pacheco.