quinta-feira, outubro 30, 2008

Um Americano em Paris.

O que falta a Obama ? Essa é a pergunta que grassa por esse mundo fora, o que falta a Obama para ainda não ter garantido a (mais que possível no entanto) eleição americana ? O que parece faltar a Obama á primeira vista é não ser um Euro-Afro-Americano, a julgar pelas inúmeras sondagens europeias que o elegem e preferem a grande distância do seu opositor. O que tráz um novo ponto á discussão, será essa distância física a responsável por tamanha margem ou será mesmo uma questão cultural ou ainda um mero efeito pós-Bush. A distância parece ser inversamente proporcional ao Bushismo ou efeito da Administração Bush, ou seja, á medida que esta aumenta mais opositores se encontram ao ainda actual Presidente dos EUA. È um facto. Outro é que há zonas e estados nessa distante América em que o voto é tradicionalista, efeito de uma cultura própria e individual de cada estado e completamente independente quer do perfil dos candidatos quer muitas vezes das próprias politicas dos mesmos. Mais outro é que há medida que essa distância encurta, mais se sente o efeito 9/11 com todos os seus colaterais de segurânça majorado. Estes dois últimos pontos são fundamentais para a eleição de qualquer candidato á White House. Só assim se entendem as eleições consecutivas de W. bem como a vantagem folgada de McCain em alguns estados. Obama tem conseguido responder ao desagrado e á crescente depressão americana, o que aliado á vasta mobilização da sua campanha e a uma esperada quebra do voto republicano, desiludido com as últimas administrações e ás quais McCain não tem conseguido descolar, poderá ser suficiente para superar a tradição do voto. Quanto ao 9/11 o hiato de tempo começa a ser suficiente para os americanos percebam que é um risco que terão sempre que assumir, mas sem exageros, pelo que a questão começa a submergir nas suas prioridades imediatas. Mas são estes últimos pontos a que o charme Afro-Americano parece não chegar que justificam a escolha do seu Vice, Joe Biden, o americano por excelência, na procura de cimentar o gene Americano, na fantástica mistura cultural de que resulta Obama.
Se as eleições fossem aqui, não haveriam dúvidas, ou será que as haveriam (?) em eleger Barack Obama para a sua Presidência. Estaria uma Europa Multi-Ètnica, que não se resolve nunca nos seus infindáveis conflitos étnicos internos pronta para eleger um candidato de etnia cigana por exemplo ? Por muito que tivesse frequentado Cambridge ou Oxford, por muito brilhantismo que esbanjasse ? Eu creio que não, aliás creio mesmo que se todas estas sondagens europeias sobre os candidatos americanos tem alguma utilidade, é esta mesmo, de nos questionar-mos se amanhã seriamos mesmo capazes de votar em Obama caso este concorresse para Bruxelas ou Paris ou Londres ou Lisboa.
Esperemos que a sorte proteja Obama e que aproveite estes ventos que lhe estão favoráveis porque acredito mesmo que se este americano vivesse em Paris não lhe restasse mais que outra oportunidade que não a de sonhar, ou votar numa destas sondagens á distância num outro qualquer candidato americano negro que porventura hoje ocupasse o seu lugar.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Cinco a Zero

Cinco. Nem mais. Cinco vezes que a bolinha entrou na baliza estrelar. Jesus imperou de vez, antecipou-se á estrela que nessa noite não guiou qualquer mago, e magnânimo, fez tremer com a sua avalanche atacante a fragilizada turma da Amadora ainda orfã da sua Estrela, e de tal maneira o fez que ainda antes do final da primeira parte já os Amadore(n)s(es) tinham oferecido dois golos aos Augustos de Bracara.
Cinco. E a partir daí foi só contá-los até aos cinco. Três, quatro e vai mais um que são cinco.
Cinco a Zero. Depois de Cinco anos a ir á Europa, Cinco anos em pelo menos Quinto, tá na hora de iniciar o ano Zero. O ano zero da nova era da luta pelo título. Sob a sábia batuta do nosso sempre bem amado Bom Jesus. Tanto o do estádio como o vigilante do cima da encosta.

sexta-feira, outubro 24, 2008

A próxima vítima.

O mundo espantou-se. Afinal todos aqueles avisos, todos aqueles sinais, todas aquelas evidências que a ganância tão bem disfarçou de temores cegos de profetas da desgraça, afinal realizaram-se, e realizaram-se de tal e inequivoca forma, que todo o Ocidente, esse bárbaros especuladores, ao invés de procurar responsáveis, se uniu como um todo no estanque de um buraco que quase nos engolia a todos. Mas...sabemos com que Ocidente contamos, e sabemos que mais cedo ou mais tarde, a culpa, que por falta de tempo, por falta de ocasião e porque não(?) por falta de uma óbviedade fora até então preterida, vai ter que ser atribuida. Em nome de um prejuízo que terá de inevitavelmente ser ressarcido. E aqui as possibilidades não são muitas. Se os USA são a bandeira da liberdade que liberta da escravidão e vida sofrida os milhares de milhões de habitantes dos países de terceiro mundo, com o seu aureo e para sempre puro "sonho americano", a Europa, essa não menos justiceira Europa que regula tão sábia e justamente os mercados e as necessidades do seu mas não só continente como também dos que a rodeiam, não poderão nunca ser os acusados desta hecatombe, então as possibilidades passam mesmo a escassas. E como em todas as ocasiões da história em que a culpa teimara em não casar-se, tambem nesta ocasião, temo, e temo muito, que a opção passe por eliminar todos os possíveis noivos, nem que seja á paulada. E pior que tudo ainda é que será por via desta "paulada" redentora que se pensa que se branqueará de uma vez por todas, todos os erros até aqui escamoteados. A "paulada" está pronta, só falta a apontar e encontrar um culpado. De preferência o mais obscuro possível de modo a maximizar todos os proveitos que uma pequena "querela" por vezes tráz a todos estes supercivilizados países do ocidente.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Os contemporâneos

Uma das poucas senão mesmo a única razão para actualmente pensar que bom é viver nos dias de hoje ...

E por fim... o FMI.

O FMI previu que o crescimento da economia portuguesa irá ser menor do que o anteriormente estimado,o que já não era grande coisa, mas que apesar disso iria ser capaz de se evitar à globalizante recessão que se avizinha. O que á primeira vista parece ser uma enorme contradicção mas que visto á luz da caótica lógica economissista poderá ser em muito verdade. Senão vejamos : Portugal tem uma banca forte, tem uma economia baseada em pequenas e médias empresas com pouca monta e pouca exportação. Com o crescendo da crise financeira, nomeadamente da espanhola que se apresenta cada vez mais célere, estas pequenas e médias empresas poderão e muito bem aproveitar a potencial quebra das suas vizinhas para poderem alicerçar a sua posição em novos mercados. Aqui sim poderá ser até uma boa oportunidade para incentivar a banca a apostar em empresas que ofereçam garantias de manter as suas novas posições de mercado e assim quem sabe até num futuro próximo serem responsáveis por um (muito) maior crescimento da economia nacional.
Será pois uma daquelas oportunidades vis que todas as hecatombes oferecem ... Mas a que não poderemos nunca voltar as costas.