sábado, maio 15, 2010

Morte Anunciada

A Benfica TV não se enganou. Houve de facto uma morte em Braga. Uma morte no entanto já há muito anunciada. Morreu o adepto benfiquista. Não se enganaram os profissionais da notícia encarnada quando no tumulto do pós minuto 90, vislumbraram em plena Praça da República o enterro do comum simpatizante lampião, personificado na bandeira e cachecol benfiquistas queimados em delirante comunhão pela turba de tiffosi Braguistas e com uma cidade atrás, hoje cúmplice, de sorriso aberto nos lábios, derretida por uma atenção há muito procurada.
Houve uma morte nessa tarde em Braga. Mas não foi um adepto benfiquista quem morreu.
Foi, isso sim, "o adepto-simpatizante benfiquista" quem finou (Depois de uma longa e sofrida convalescença acabou por soçobrar). Adepto que caso tivesse sobrevivido a essa tarde predestinada, sucumbiriria ontem ao choque de uma notícia encarnada, ensanguentada, vitimizada, tão caracteristica daqueles que precisam dos "males" dos outros para superarem as suas próprias mazelas.
Houve uma morte em Braga. Uma morte anunciada.

sexta-feira, maio 07, 2010

Portugal não é a Grécia !

Mar, muito mar; um istmo , melhor quase uma ilha tanto é o mar que nos rodeia. E nos une, não o mar que num é Oceano e noutro é Mediterrâneo, mas o sal e a água que o abriga. História. E tantas outras estórias entre outras mil identidades. Tanto o sangue jorrado na defesa de uma própria ideossincrasia para legar aos filhos desesperados. Quase 3 os mil anos que os helénicos bordaram de poesia, de filosofia, arquitectura e todas as artes. Quase 3 os séculos que os lusos encheram de novos mundos. E sempre o sangue. De um lado vertido na defesa de uma mentalidade, de uma civilização que sempre se vira contrariada, rebaixada quando não mesmo humilhada pela vizinha e completamente oposta invasora cujo dominio até para lá do fim do mundo era inquestionável. Do outro, esbanjado, num orgulho incomum, num orgulho imberbe de não pertencer a nada nem a ninguem a não ser a um Todo. E por um Todo, mas este um Todo-Poderoso, partiram mundo fora a dispersar a palavra. E o futebol. Ai a loucura do futebol. Não foi só a final que nos uniu. Mas foi tão somente uma inevitabilidade. Um confronto genético. Um confronto de hereditariedades que o tempo tantas vezes desfasou para os reunir numa arena onde todas as virtudes e defeitos se encontram. Frente a frente, uma Grécia defensiva, absorta, na mira expectante de uma Nação doente, alienada, estéril de esperança que não a dos seus herois dos relvados, e um Portugal ofensivo, expansivo, fugidio de sí próprio e dos seus olhos que não o largam, no medo de os decepcionar. Um Portugal crente nas capacidades de uns quantos artistas que de finta em finta driblam as escorregadelas que os restantes não conseguem evitar.
Portugal não é a Grécia - Dizem os números e repetem os analistas.
Eu repito o resultado do último confronto destas duas desesperadas e cada vez mais Nações.
Portugal 0 - Grécia 1
E estes sim são os números que não mentem. Que no calor da refrega espelham aqueles que mantêm a clarividência e os objectivos, não importa as condições a que estão sujeitos.
Não os números fabricados, por outros tantos artistas em outros tantos dribles a disfarçar as grosseiras escorregadelas dos restantes que não as conseguiram evitar.
A grécia levou a taça e não foi por mero acaso.

Marcar Passo(s)

É a Crise. E assim, aceita-se. Sai(a) um plano(!?). Um plano que para ser de facto um plano, teria que ser inequivocamente pensado, estruturado. Um plano de estabilidade e crescimento. Mas ... Estabilidade para quem ?
A instabilidade que o comum dos portugueses teve que experimentar, já a experimentou. No carrocel absurdo dos lucros incongruentes da banca. No desemprego que o empresário oportuno deixou quendo esticou até se perder. No consumo desmedido e pueril de sonhos e ilusões alimentados por média desacreditados.
Este PEC(ADO?)agora aprovado ( com 10 a 15 anos de atraso; seria sim de esperar quando entramos na CE, que todos os partidos se sentassem a uma mesa e alinhavassem uma estratégia comum, tendo como objectivo os mais altos interesses da nação, mesmo que isso obrigasse a ir em alguns pontos contra as vontades partidárias) bem que poderia chamar-se retorno ou indemnização, já que a única estabilidade que volta a devolver ao País será a dos mesmos que vezes sem conta nos endividaram, e pior, dos mesmos que assim voltam a ter as condições necessárias para se quiserem voltarem a promover o facilitismo e o crédito facilitado para que o comum dos portugueses volte a cair no mesmo carrocel da ilusão e da estabilidade precária.
Marcar Passo(s). Voltamos a marcar passo.