quinta-feira, junho 29, 2006

Reflexões

O recém-lançado site Net Emprego (http://www.netemprego.gov.pt), criado pelo Governo com o fim de combater os elevados índices de desemprego do nosso país, veio provar duas coisas:

1) Quando José Sócrates nos prometeu o choque tecnológico não estava a brincar! Esta é mais uma das criações do nosso Governo que não funciona! Devido ao elevado número de utilizadores que tentam aceder ao site este entrou em colapso e não se consegue aceder ao mesmo [pensaria o senhor primeiro-ministro que só 2 ou 3 desempregados estariam interessados no assunto?].

2) Afinal os portugueses querem trabalhar!

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Dilemas [e desabafos]...

...escolher a profissão que escolhi tem destes dilemas... ou aceito uma boa oportunidade de trabalho que encontrei e perco a possibilidade de entrar em concurso nos próximos 2 anos... ou não entro sequer em nenhum dos concursos e perco a oportunidade de me envolver num bom projecto que, para já, me garante a estabilidade...

...é a constante luta entre o coração e a razão... para mal dos meus pecados o coração tem sempre mais força...

...”quem disse que a vida era fácil?!” (FF, não é do Morangos com Açúcar...)

terça-feira, junho 27, 2006

Prognósticos que não falham!

"Eu não tenho dúvidas: Portugal vai entrar com 11 jogadores no Sábado"

Abel Xavier, Sport TV, 26/06/2006

GRAZIE MILLE

Meus amigos é com a mão trémula que vos agradeço todas estas considerações ... Muito Obrigado ... e tudo do melhor para vcs é o que eu desejo .

happy birthday

O Pedrinho hoje faz anos.. Parabéns para o Pedrinho!

Parabéns, Nórdico!

Parabéns!!!
Hoje é o dia do teu aniversário!
E tu, maroto, nem dizias nada!
Não imaginas o trabalho que me deu para lhe ensinar este truque!
Tchim, Tchim!

"À medida que conquistamos a maturidade tornamo-nos mais jovens" (Hermann Hesse)

domingo, junho 25, 2006

Abraçam-me o corpo, as trevas...

Abraçam-me o corpo, as trevas, aquecendo-o com o seu sopro gélido.No seio delas, um pequeno regato, de águas límpidas e serenas.Banho nelas o meu corpo nú, sedenta de calma e de paz.Os meus pés, pequenos, como de uma criança, trilham um caminho, separando águas, até um ponto mais profundo onde se forma um lago de águas negras. Apenas a lua me olha, lá do alto, troçando de mim, da alvura do meu corpo descoberto.De repente, o céu começa a chorar e ouve-se o triste e lento lamento do vento que me acaricia a pele. A água beija-me a face, pescoço, seios e foge, escondendo-se porque não se quer despedir de mim...Olho para ti, mãe Lua e maldigo-te por me olhares tão cheia de vaidade...Olho para as águas calmas e desejo afundar a minha dor, matar a minha morte...Mergulho...

sexta-feira, junho 23, 2006

Agradecimentos públicos em resposta ao email recebido

“Para Angela Lazaro >Sendo esta a sua primeira mail que chega com o meu nome, nao sei a que>outros mails se refere.>Portanto:>1.Quanto a mim, fiz tudo - e muito, muito mais do que devia ter feito. E>tenho provas suficientes para dize-lo. >2. Quanto a secretaria, entreguei no devido tempo todo o processo e sei que>ja foi feito o necessario.>3. Quanto às autoridades competentes, faça o que achar mais conveniente:>aqui,>já sabemos como se passam as coisas consigo e temos também autoridades >competentes para lhe responder.>4. Quanto a RTP/RDP, era bom para si que tivesse meritos pessoais para ser>noticiados e não continuasse com 'cantigas de maldizer' para as pessoas que>tentaram ajuda-la. >Finalmente, nao sei se chegou a comprender durante a sua curta vida em>Bari, que a responsavel do seu pagamento nao sou eu mas a directora do>departamento: jacquet@lingue.uniba.it >Sem outro assunto>Fernanda Toriello”





Vistas estas palavras, sinto-me impelida a prestar públicos os meus agradecimentos à Doutora Fernanda Toriello pelo muito que fez por mim. Na verdade doutora tenho de agradecer a experiência de vida que me proporcionou; mas, como mulher, tenho mesmo mas mesmo de lhe agradecer ter cuidado da minha linha. É a si que devo a minha boa forma. Se não fosse a senhora teria regressado com mais vinte quilos, pois em Itália só se come pasta e pizza. Mas a senhora cuidou que isso não acontecesse ao não me pagar. Obrigou-me a fazer dieta. Muito, muito, muito obrigada! Estou-lhe verdadeira e eternamente grata!

P.S.: Já agora, se me permite, uma pessoa com a sua formação e o seu cargo deveria saber que “mail” ou “email” se utilizam com artigo do género masculino em português, uma vez que significam “correio electrónico”.

quarta-feira, junho 21, 2006

Convite: Feira do Livro de Santarém, próximo sábado, dia 24 de Junho, às 18h

Convido-vos a todos os que estiverem próximos desta cidade ribatejana a assistirem, no próximo dia 24, ao lançamento do livro Vazio de Cores. O jornalista Carlos Barros vem à cidade natal apresentar este seu primeiro livro, que inclui alguns contos relativos a Santarém. O autor será apresentado pelo radialista Paulino Coelho.

Para leitura de excertos, visitem: http://republicadospessegos.blogspot.com

domingo, junho 18, 2006

Trabalhar faz Mal (4)

Finalmente... um papel!
Entretanto, como não houve esclarecimentos da parte da senhora doutora Toriello, o consulado resolveu apoiar-me na apresentação do caso à reitoria da universidade.
Cerca de uma semana depois sou chamada ao gabinete do presidente da faculdade (que ainda não conhecia). O senhor presidente informa-me de que ao contrário do que estava previsto inicialmente (2 contratos de 23 horas cada), a faculdade só me podia dar um contrato, devido aos grandes cortes orçamentais a que foram sujeitos por parte do governo. Ri-me. Senti-me até feliz. Pensei: “Que se dane! Estou livre!”. Informei o senhor presidente que nesse caso já tinha cumprido o meu contrato, pois já havia leccionado 23 horas de aulas e questionei-o acerca da celebração do contrato, uma vez que este já estava findo. O senhor presidente quis descansar-me, disse-me que o contrato já estava pronto, precisava apenas de perguntar aos seus funcionários da secretaria por ele e ficou com o meu número de telemóvel, prometendo contactar-me brevemente.
Divertida com o que me tinha sido acabado de comunicar e por todo o insólito daquele mês de Março, sorria a imaginar a conversa que se seguiria com a minha chefe, quando a informasse que, uma vez que o meu contrato estava concluído e que não me davam mais nenhum, iria regressar a casa. Assim foi. A senhora ficou indignadíssima comigo. Disse que não esperava ser assim tratada e que tudo tinha feito por mim. Disse que já tinha outro contrato para me fazer há algum tempo, noutras condições e sendo-me dado dinheiro para me sustentar. Mostrando-se magoada comigo, disse-me que agora era ela que não queria trabalhar mais comigo. Eu respondi “muito bem, compreendo-a, não há qualquer problema quanto a isso”, resposta que claramente ela não tinha esperado; tanto que, antes que saísse, ela me disse para não dizer nada e que me dava alguns minutos para pensar na sua proposta. Aceitei-a, uma vez que desta vez me seria feito realmente um contrato e – supostamente – me dariam dinheiro de imediato. O mais engraçado de tudo isto é que estive um mês sem ter um contrato e naquele mesmo dia trataram-me de tudo.



Nota: As crónicas “Trabalhar faz Mal” relatam factos verídicos. Todas as pessoas e situações mencionadas são reais.
A Instituição visada é a Faculdade de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Universidade de Bari (Itália) e a responsável pelo departamento de Língua Portuguesa é a Prof.essa Fernanda Toriello.
Já que legalmente nada se pode fazer em relação ao que aqui vai sendo relatado, pede-se que divulguem estes textos, o mais possível, a todos os professores de Língua Portuguesa que conheçam, de modo a evitar que outros colegas passem pelo mesmo.
O meu muito obrigada.

quarta-feira, junho 14, 2006

Mutilando a Língua Portuguesa

Numa universidade do sul de Itália, em Bari, ensina-se português. Uma larga centena de alunos adopta esta língua como uma das três línguas a estudar na Faculdade de Línguas Estrangeiras, a grande maioria motivada pelo fascínio descoberto no fado, música que os encanta e os atrai para o estudo da língua camoniana. Nada que nos devesse admirar, já que Portugal é a sexta língua materna mais falado no mundo, com mais de duzentos milhões de falantes nativos, a terceira língua mais falada no mundo ocidental, língua oficial da União Europeia e de 9 países e falada em mais 26 países.
Entretanto, naquela universidade cometem-se atrocidades no ensino desta língua, que vai sendo mutilada aos poucos.
A responsável pelo departamento e coordenadora de todas as cadeiras ligadas aos Estudos Lusitanos impõe um método de conversação como manual obrigatório das aulas de Língua Portuguesa. Logo aí o ensino do Português é resumido ao mais básico e elementar e a cultura (da língua) portuguesa é posta à sombra do mais básico “Eu chamo-me Steve”.
Apesar dos alunos se encantarem com o fado, a música não entra na sala de aula, a não ser através de uma professora mais destemida que de quando em vez finge esquecer as regras da instituição.
Os responsáveis esquecem-se também que uma língua é feita das suas inúmeras variedades. Já Saramago, escritor altamente conceituado naquele país e cânone que integra o plano de estudos daquela faculdade, afirmou: “Não há uma língua portuguesa, há línguas em português”. Sobre este assunto foi realizado por Victor Lopes, numa co-produção luso-brasileira, o brilhante filme “Língua – Vidas em Português” (2001), filmado em seis países: Portugal, Brasil, Moçambique, Índia, França e Japão. Na verdade, o português é feito de dois padrões e um professor de português não pode esquecer-se disso. É natural que se adopte o ensino de uma variedade de uma língua e acho natural também que numa cidade europeia se adopte o ensino do português europeu. No entanto, tal como no estudo do inglês, em que é imprescindível que se conheçam as principais diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano, também em português se torna necessário conhecer as diferenças entre os dois padrões: o português europeu e o português brasileiro. Porém, naquela universidade, o português brasileiro é completamente discriminado (a não ser nas aulas de Literatura Brasileira) e a leitora de Português, cidadã brasileira, é obrigada a alterar a sua pronúncia (padrão português brasileiro) e a falar em português europeu.
Eu imagino-me a mim mesma, cidadã portuguesa, nascida e criada em Portugal, a dar aulas falando “poretuguêix brásilêro”... Seria muito interessante...
Não há dúvidas que o Instituto Camões escolhe bem as suas parcerias e a nossa língua é bem ensinada e divulgada...

sexta-feira, junho 09, 2006

Trabalhar faz Mal (3)

Onde está o papel?

Passaram-se duas semanas e nada de assinar contrato. Isto preocupava-me, pois quanto mais tarde assinasse o contrato mais tarde receberia o meu primeiro salário. Então fui perguntar à minha “chefe” pelo papel, ao que me respondeu que este ainda tinha de ser aprovado em reunião de Conselho e só depois poderia ser celebrado. Estranhei o facto de estar a exercer funções sem a minha contratação ter sido ainda aprovada, mas também pensei para mim que aquilo era apenas uma mera formalidade. Perguntei-lhe, então, pela minha segunda preocupação: quando receberia o meu primeiro salário. A resposta deixou-me em estado de choque: só depois de terminado o contrato (aquele que ainda está[ria] para ser celebrado). Mais tarde esta informação foi melhor definida: só o receberia MUITO depois de terminado o contrato. Para dizer a verdade, o que me disseram foi mesmo: “a senhora regressa para Portugal e um dia (daqui a muito tempo), um dia receberá o dinheiro... e não se fala mais nisso”. Por colegas, pouco antes de regressar ao meu país, fiquei a saber que eles levam cerca de 18 meses para receber o dinheiro dos contratos; no entanto, uma professora estrangeira está há dois anos para receber o seu dinheiro.
Depois do choque fiz saber à minha “chefe” que esta situação era insustentável para mim e que não conseguia manter-me a trabalhar no estrangeiro sem um salário mensal. A senhora mostrou-se surpreendida e disse-me que os meus pais deveriam ajudar-me pois o pai dela também a tinha sustentado até muito tarde.
Entretanto, contactei o consulado português que se mostrou inteiramente disponível para me ajudar e tentou fazer o possível para resolver a minha situação. Porém, a Universidade foi definida como uma instituição intocável e senti até algum receio em mexer com a Doutora Toriello.
Enquanto visitava quase diariamente o consulado na tentativa de alterar a minha situação, a minha “chefe” apresentou-me uma alternativa: fazer um outro contrato, acumulando funções, mas recebendo dinheiro durante o exercício dessas funções. Não foram, contudo, especificadas as funções que desempenharia, as horas de trabalho que teria de fazer a mais, quanto ou quando receberia o dinheiro. Mais uma vez apenas existiam incertezas.
Antes que o consulado resolvesse apresentar o caso ao reitor tentei esclarecer a questão do novo contrato. Na minha primeira conversa com a Doutora Toriello, a senhora mostrou-se, novamente, surpresa com a minha reacção ao saber que só receberia o meu salário muito mais tarde e argumentou que “ignorância não é desculpa para nada”, fazendo-me saber que as universidades italianas funcionavam assim e o facto de eu desconhecer este facto (?) e de não ter sido informada acerca desta questão não podia ser usado como argumento da minha parte; questionei-a, então, se tinha consciência de que me tinha a trabalhar ilegal, uma vez que não me tinham ainda feito um contrato, ao que a senhora respondeu: “se não está satisfeita, pare e vá-se embora” (relembro que todas as despesas de deslocação e alojamento foram custeadas por mim e na altura remontavam a cerca de mil euros). Da segunda vez a conversa correu ainda melhor; pedindo à senhora doutora que me esclarecesse completamente relativamente à minha situação ali, às minhas funções, ao meu horário de trabalho, contratos, enfim, tudo, a senhora deu-me uma resposta simples, directa e muitíssimo esclarecedora relativamente à questão do contrato e do auferimento: “a única certeza que lhe posso dar é que há um aeroporto em Bari com passagens para Lisboa”. Por cá diz-se que quem fala assim não é gago!









Nota: As crónicas “Trabalhar faz Mal” relatam factos verídicos. Todas as pessoas e situações mencionadas são reais.
A Instituição visada é a Faculdade de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Universidade de Bari (Itália) e a responsável pelo departamento de Língua Portuguesa é a Prof.essa Fernanda Toriello.
Já que legalmente nada se pode fazer em relação ao que aqui vai sendo relatado, pede-se que divulguem estes textos, o mais possível, a todos os professores de Língua Portuguesa que conheçam, de modo a evitar que outros colegas passem pelo mesmo.
O meu muito obrigada.

sábado, junho 03, 2006

Brilhante, Sr. Primeiro Ministro! Brilhante...

"Não são 60 mil professores que ficaram sem colocação. Não são professores. São pessoas que concorreram ao lugar de professor."
(José Sócrates, 03/06/2006)



Eu até me espanta que sejamos considerados "pessoas"...
Sem mais comentários...

sexta-feira, junho 02, 2006

Ajudem-me a fazer contas...

...Há muito que não sou boa a matemática mas...

“120 mil candidaturas.
20 mil professores foram colocados.
60 mil ficaram sem colocação”

(Fonte: TVI)



...Hoje estou danada com os números!!!!

Trabalhar faz Mal (2)

Lição de Estatutos

Se a primeira semana me trouxe mais perguntas que respostas, as semanas seguintes trouxeram-me muitas respostas... nenhuma que me agradasse.
Depois de não ser esclarecida quanto ao meu horário, acabei por fazer aquilo que me tinham indicado: elaborar o horário em acordo com as alunas. O que fui eu fazer?! No dia seguinte sou chamada ao gabinete da minha chefe que ficou enfurecida por eu ter elaborado o meu próprio horário e me deu um sermão de mais de trinta minutos, com direito a uma breve lição de estatutos. Fiquei a saber que havia um grande fosso entre a senhora dona minha chefe e os restantes professores, perdão!, “fazedores de exercícios”* (expressão já popularizada naquele departamento de Língua Portuguesa). Não perceberam? Passo a explicar: professor, como a senhora dona minha chefe, é aquele que aparece em todos os documentos oficiais como “coordenador” de determinada cadeira, leccionando também, ele próprio, algumas das aulas teóricas dessas disciplinas mas estando sempre demasiado ocupado (ainda não percebi bem com o quê) para realmente as leccionar e, por isso, sendo substituído por outras pessoas; já os “fazedores de exercícios” são os restantes professores, a “ralé” da docência, aqueles que realmente dão aulas, entre os quais eu própria. A esta lição de estatutos a cara senhora quis também deixar bem claro que eu ali não sou “ninguém” e que não me esquecesse disso em ocasião alguma. Entre mais meia dúzia de coisas a dita senhora afirmou não sei por quantas vezes que eu nem sequer tinha currículo para ali leccionar – verdade ou não, fiquei sem compreender, então, porque é que ela mesma me contratou...
Não haja dúvida que comecei bem...



*O termo “fazedor de exercícios” é realmente usado pela dita senhora para designar todos os professores que realmente dão aulas aos seus alunos. A senhora tem por hábito referir várias vezes a esses mesmos docentes que eles “não dão aulas” apenas se “limitam a fazer exercícios”.


NOTA: As crónicas intituladas "Trabalhar faz Mal" relatam factos verídicos. Todas as pessoas e situações mencionadas são reais.
A Instituição visada é a Faculdade de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Universidade de Bari (Itália) e a responsável pelo Departamento de Língua Portuguesa é a Prof.essa Fernanda Toriello.
Já que legalmente nada se pode fazer em relação ao que aqui vai sendo relatado, pede-se que divulguem estes textos, o mais possível, a todos os professores de Língua Portuguesa que conheçam, de modo a evitar que outros colegas passem pelo mesmo.
O meu obrigada.