sábado, dezembro 30, 2006

Ano novo

Espero um 2007 sem fumo e sem exageros. È a isso que me comprometo.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

click 06

Eis os meus cliques bloguisticos diários deste ano de 2006


http://paracabardevezcacultura.blogspot.com/

http://diariodoxicosousa.blogspot.com/

http://pisconight.blogspot.com/

http://sademirandastreet.blogspot.com/

http://www.acausafoimodificada.blogspot.com/

http://mastrosaoalto.blogspot.com/

http://www.pedroguimaraes.net/fotocafe/

http://wwwandrade.blogspot.com/

http://absexy.blogspot.com/

http://ocbal.blogspot.com/

http://dedonogatilho.blogspot.com/

http://sobpressaonaoconsigo.blogspot.com/

http://omeuanel.blogspot.com/

http://aboxinha.blogspot.com/

http://oblogdoroque.blogspot.com/

http://pseudoblogdapseudo.blogspot.com/

http://www.4800guimaraes.blogspot.com/

A ordem é aleatória claro está ... com preferência pelos familiares mais próximos e actualizados.

domingo, dezembro 17, 2006

Eclipse ( Tambem vou de férias )

terça-feira, dezembro 12, 2006

Vou de férias do blogue


Caros amigos/leitores/comentadores/e outros "-ores",

esta semana aperta bastante com trabalho (aquelas tretas de papelada que alguém se lembrou de inventar numa altura em que não tinha nada para fazer) e as próximas duas semanas serão curtas para estar com família e amigos e ainda meter mais trabalho pelo meio. De modo que me vou ausentar do blogue até à chegada do novo ano 2007. Até lá, continuarei a visitar-vos (pelo menos tentarei).

Desde já aproveito para vos desejar, antecipadamente, um

FELIZ NATAL

com muitas prendinhas no sapatinho
(principalmente amor, saúde, trabalho, dinheirinho e... claro!... SEXO!!!)

e UM FELIZ ANO NOVO

com novos sonhos por realizar, os velhos sonhos realizados, novos projectos e muitos bons momentos

(da minha parte espero que 2007 seja, finalmente, ano de pagamento com uma certa transferência de Itália)

Tchim!Tchim!
(ou à inglesa: Hip!Hip!Hurray!)

domingo, dezembro 10, 2006

Histórias da Noite (2)


(...) Perdida na floresta negra, havia adormecido no meio dos ciprestes, em cima de uma pedra lisa que se assemelhava estranhamente a um altar. Havia fugido de algo que a assustara, correndo descalça e em camisa de noite branca que a cobria até aos pés. A noite, ali, era negra. Não se via a lua meia inchada que minutos antes se erguia atrás da sua casa, observando-a, vigiando-a. Algo se passou entretanto... Correu o mais que pôde, ignorando as dores causadas pelas feridas nos seus pequenos pés descalços. Não via um palmo à sua frente. Apenas ouvia os sons da floresta. Tropeçou. Os longos cabelos negros, desalinhados, cobriram-lhe a face. Deitada no chão, ergueu o rosto e olhou em frente. À sua frente, dois pontos amarelos como duas pequenas chamas. Levantou-se e caminhou lenta mas seguramente. Dois passos apenas. Ajoelhou-se e distinguiu nos dois pontos os olhos de um mocho. Acariciou-o em contemplação. Deitou-se e o mocho aproximou-se do seu rosto. Fechou os olhos, finalmente tranquila, como se soubesse porque estava ali o mocho. A criatura da noite velou pelo sono da jovem mulher. Voou para longe poucos minutos antes do raiar do dia.
Quando a manhã acordou, os primeiros raios trespassaram o céu que envolvia a floresta, incidindo exactamente sobre o altar de pedra, meio tumba, em que adormecera. Despertou. Ao seu lado, onde antes havia estado a criatura que velara pelo seu sono, estava uma rosa branca...
* Foto: "Night_Forest" de BlackFairyWitch

sábado, dezembro 09, 2006

Histórias da Noite

Oiço o uivo intenso de um lobo, como um choro copioso e arrastado. Do outro lado da estrada, em frente à minha janela, um mocho pia, contando as histórias da noite. Sábia criatura, são dele os olhos das trevas, que expiam e analisam todos os eventos. Todas as noites ele me observa, do outro lado da janela. Julgo que os seus olhos afogueados conseguem ver além da transparência da água que cai todas as noites, juntando-se ao choro do lobo, que chama pela sua fêmea, parceira da vida selvagem. Da água que cai suavemente, como carícias que tentam amenizar o olhar triste e perdido daquele canídeo selvagem, vêem-se imagens sofridas, sentem-se almas perdidas, palavras esquecidas, promessas quebradas, sonhos deixados. E a água que cai e recai sobre o seu macio pêlo branco não o demove e de novo ele uiva... e lamenta... e chora... e fita a lua prateada, como quem nela revê um rosto apagado.
Do alto o mocho pia, como todas as noites; observa-me, como todas as noites; e reconta a história do lobo, que sempre ele ouviu uivar...
23/02/2006

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Consoada...


Olá A.,

como estás?
Minha amiga, peço desculpas antecipadas pelo teor da carta mas sinto-me sufocar pelo negro, pelas memórias que me enchem cérebro e ocupam noites inteiras. Volta na volta sinto que a alma me abandona o corpo, alheio-me da realidade e é como se estivesse a visionar o filme da minha própria vida. Tudo passa tão nítido, todas as imagens, todas as palavras... todos os olhares, todos os sinais...
Faz no Natal um ano que tudo aconteceu... Lembro-me como se tudo se tivesse passado há horas. Ele estava triste. Mandou-me uma mensagem no dia 23 a dizer que se sentia só e abandonado, que sentia a minha falta e que lamentava não poder passar o Natal comigo pois o filho estava doente. Liguei-lhe de imediato. A sua voz saía como que a passo, vagarosa e muito baixa. Falámos da chuva que caía lá fora, cantando tristemente entre janelas e beirais. Descrevemo-la: o seu som, o seu toque. Abrimos as portadas e saímos para a varanda. Levantei a cabeça, olhei o céu, fechei os olhos, abri os braços e deixei a água molhar-me o rosto, beijar-me os olhos, tocar-me os lábios e lamber-me o pescoço até morrer na curvatura dos meus seios. Imaginei que eram os seus lábios... Ele fez o mesmo (ou assim o descrevia ao telefone)... será que o fez? Despedimo-nos pois ainda tinha compras de Natal para fazer. Já tinha tudo planeado desde que ele me disse que o filho estava doente. Comprei o bacalhau, as rabanadas, os coscorões e os sonhos. No saco já tinha o bolo rei e o arroz doce. No outro dia fiz a mala e preparei o bacalhau com natas. Quando lá chegasse era só aquecer. Fiz-me à estrada. Passada meia dúzia de horas estava a chegar à sua porta. Nem de propósito, o vizinho do 3.º Dto estava também a chegar. Olhou para mim de modo estranho... Estava tão excitada com a surpresa que lhe ia fazer que nem liguei. Pedi-lhe ajuda para levar a mala e alguns sacos. Educadamente, como sempre, agarrou nas minhas coisas. Mas não tirava os olhos de mim. Não era um olhar de desejo (e bem sabes como ele sempre me cortejou). Não conseguia perceber porque me fitava daquele modo... Teria o menino piorado? Preocupada com essa ideia perguntei-lhe pelo Lipinho. Olhou para mim surpreendido, pensou um pouco e depois disse-me que achava que estava bem. Talvez ainda não o tivesse visto, pensei. Chegámos à porta do apartamento e tirei as minhas chaves. O Paulo pousou a sua mão na minha antes que pudesse enfiar a chave na fechadura. Olhou-me nos olhos e perguntou-me se o Rui sabia que eu ia passar o Natal com ele. Em voz baixa disse-lhe que era uma surpresa, uma espécie de primeira prenda de Natal; afinal, íamo-nos casar dali a um mês e não queria passar o Natal longe do meu noivo, ainda para mais estando o filho dele doente. O Paulo baixou os olhos e largou-me a mão. Talvez também ele se sentisse só, já que morava sozinho e não tinha família próxima. Pensei em convidá-lo para se juntar à nossa consoada mas pareceu-me correcto falar primeiro com o Rui. Abri a porta. Baixinho tocava um jazz. Sorri e tentei não fazer barulho. Não via ninguém. Descalcei os sapatos e espreitei à porta do quarto do Lipinho. Ninguém. Deve estar na cama do pai... Segui até ao fundo do corredor. Abri a porta. Na cama estava o Rui com outra mulher. Ela estava montada em cima dele, arqueada. Ele segurava-lhe as nádegas. Estava com aquela cara de gozo, com que fica quando atinge o orgasmo, de olhos e boca aberta, cabeça inclinada para trás. Na altura nem deram por mim ali, à porta do quarto, paralisada, fitando-os... Ela inclinou-se para ele, cobrindo-lhe a cara com os seus longos cabelos louros. Fugi. Fugi quanto pude. Agarrei nos sapatos e bati a porta. Só nessa altura ouvi as suas vozes. O Paulo estava à porta. Parecia estar à minha espera mas passei por ele sem parar. Desci as escadas a correr, ainda descalça. Calcei-me quando cheguei à rua. Entrei no carro e saí dali o mais depressa que pude. Não via nada. Não sabia para onde ia. Só queria desaparecer dali. E é tudo quanto me lembro. Quando dei por mim estava a acordar numa cama de hospital... e o resto... bem, o resto tu já sabes...

terça-feira, dezembro 05, 2006

Há lugares que ficam dentro de nós... e há lugares onde deixamos um pouco de nós

Carta ao Pai Natal

Querido Pai Natal,

espero que estejas bem de saúde e que tenhas gostado daquelas bolachinhas que te deixei junto à árvore. O leite é que não sei se ainda estava quente...
Olha, como estamos em tempo de crise e sei que as tuas finanças não andam muito bem, porque os duendes exigiram aumento de salário, os defensores dos direitos dos animais acusaram-te de não alimentares as renas com produtos de qualidade e o Rudolph exigiu um trenó novo e mais leve – já para não falar dos impostos que tens em atraso e da visita dos fiscais das finanças a tua casa -, este ano achei que deveria ser compreensiva e mais razoável na minha lista de Natal. Assim sendo, só te vou pedir uma caixa. Isso mesmo: só quero uma caixa. Dentro dessa caixa só tens de colocar: o riso do meu sobrinho e a palavra “titia” nas suas cordas vocais; os bons momentos passados com os meus amigos; saúde para todos os que amo; e uns diazinhos de descanso.

Olha este ano queres biscoitos de manteiga ou com pepitas de chocolate? Encontrei também uns bolinhos de coco muito bons. Os de canela fazem-te mal ao coração. Ah! E quando chegares pede ao Rudolph para fazer menos barulho que o bebé pode estar a dormir.

Beijinhos e Bom Natal para ti também!


P.S.: Não te esqueças da palavra “titia”!!!

sábado, dezembro 02, 2006

Há alguma coisa pior do que estar há 7 (sete) meses para ouvir a voz de alguém de quem morremos de saudades e o telemóvel ficar sem bateria?!

Meu Deus... sete meses... snif... saudades...

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Esta noite quero pousar a minha cabeça numa almofada macia com fronha de cetim acabado de lavar. Adormecer nela os meus longos cabelos negros. As tuas mãos afagando-os com ternura. E o teu corpo encostado ao meu, aquecendo a noite fria. Quero que abras frascos de perfume e espalhes pelo quarto fragrâncias a café, canela e maresia. Quero que tragas num quadro a imagem de um mar de Inverno, que abraça toda a areia da praia e me molha os pés e dentro de um búzio me dês a ouvir o seu canto. Quero que ponhas a tocar Mozart ou Bach. Ou então aquela música da Mafalda Veiga que me lembra tanto de ti. Mas não te lembro eu sempre?! Esta noite queria voltar a pegar naquele cigarro e esvaziar-me da realidade, deixando-me embalar pelo sono e pelos sonhos...