terça-feira, janeiro 31, 2006

Da Hipocrisia (1)

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Hoje, confortavelmente sentada na área de restauração do shopping aqui da Sibéria, enquanto fumava um cigarrinho (hábito recente e de que não me orgulho), lia a revista NEWSWEEK.
Enquanto a lia sorria pela hipocrisia que ali encontrei. Na verdade, acho que a única coisa de nova que me foi ensinada nos meus tempos de estudante universitária foi a fazer uma leitura crítica de tudo o que lia; daí que em tudo o que leio procure ver o que está para além do óbvio, a ler nas entrelinhas, a perguntar-me porque foi empregue um termo ao invés de outro.
Confesso que o artigo a que me vou referir não suscitou grandes reflexões. É tudo tão óbvio que nem precisamos pensar muito. Não houve sequer a preocupação de dissimular os pensamentos e opiniões inerentes ao assunto em questão: a vitória eleitoral do grupo HAMAS.

Antes de fazer referência ao artigo é necessário fazer notar àqueles que não me conhecem que eu sou desde criança uma apaixonada pelos Estados Unidos, o que não me impede, no entanto, de pensar por mim mesma e fazer uso do raciocínio... é isso que faz de mim uma pessoa inteligente. Importa também dizer que este artigo não procura defender, analisar ou questionar o grupo HAMAS. Importa unicamente analisar o artigo em questão, evidenciando a hipocrisia do jornalista que o redigiu e da revista que o publicou.

Tantas palavras quando vou dizer tão pouco sobre o assunto...
O artigo é pequeno; ocupa apenas uma página e faz referência aos grupos iraquianos que se insurgem à ocupação americana neste país. Não é despropositadamente que este artigo surge nesta edição. Surge como introdução a uma reportagem sobre o grupo HAMAS, na procura pela resposta à questão “how should Israel and the United States deal with what they call a terrorist group?”. Nada melhor que comparar o HAMAS aos grupos iraquianos, reforçando a associação entre HAMAS e terrorismo. Como se tal não bastasse, o artigo intitula-se “Talking to terrorists”. Ao longo de todo o artigo estes grupos não são nunca nomeados e as referências feitas designam-nos como terroristas ou “insurgents” em oposição a “Americans”. Como tal, os militares americanos são usados como sinédoque de toda uma nação e, deste modo, é-lhes dada legitimidade para as suas acções. Eles agem realmente como “police of the world” e não como terroristas que invadiram um país sem a anuência da ONU. Ao contrário dos Americanos, os grupos iraquianos que se insurgem contra a ocupação americana, falam apenas em nome próprio, numa atitude rebelde, individualista e egoísta, sem o apoio de um país ou dos seus cidadãos.

Ora aqui está como se moldam as mentes.
Quando um meio de comunicação apresenta as coisas deste modo, a preto e branco, está a incutir nos seus leitores a sua visão do mundo e dos factos.
Eu não acredito na objectividade do jornalismo porque os jornalistas são humanos e é impossível serem completamente neutros. No entanto, este artigo parece-me por demasiado hipócrita, quando a maioria dos americanos já se apercebeu que o Iraque foi um erro tão grave quanto o Vietname...


A continuar...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

E agora uma questão existencial profunda e importantíssima...

O tamanho importa?

Sim... O tamanho importa?



Porque é uma quadra mais perfeita que um terceto? Ou porque é o soneto tão perfeito?
Não chega uma crónica de uma página como a do Ricardinho na VISÃO, porque precisamos de outras de três?


Isto preocupa-me... É que eu sou muito pequenina...

E é com muito gosto ...

... Que anuncio o último reforço deste blog :



Tovarish Gina



segunda-feira, janeiro 23, 2006

3 X Bomba









( Imagem retirada do jornal público )

1-Bomba -Não será necessário expôr por palavras o que os olhos cobrem na sua exacta definição. Uma imagem vale mil palavras, ou mil suspiros, ou mil piropos , e Joana Amaral Dias vale-os , meu Deus se não os vale... ? Vale-os um por um , sussurrados clandestinamente na leitura diária de um qualquer jornal em que generosamente figure - Bomba - Porque nos faz parecer correr o sangue ( pelo menos a mim faz ... ) para longe de nós ...

2 - Bomba - Joana Amaral Dias , mandatária para a juventude do candidato a Presidente da República Mário Soares. Empenhou-se a solo ( não apoiou o candidato do seu partido ) nesta luta pessoal de devolver vida ( o tal sangue que corre ... e corre ... ) a um candidato que muitos pensavam ter já sido devolvido por esta á serenidade dos calmos dias - Bomba - Com a derrota exemplar expressa nas urnas deve conter em si um rastilho de emoções pronto a deflagrar a qualquer momento ...

3 - Bomba - Joana Amaral Dias - Militante activa ( penso que ainda o será ) do Bloco de Esquerda. Com o resultado alcançado nestas presidenciais Louçã mostra ao País que a ideia do Bloco como um partido de subterfúgio ( a ideia do voto do contra , dos frustrados , dos insatisfeitos , daqueles que não se reviam nos outros etc ) passou de vez á história , revelando-se com os 5,3 % ( o BE teve 6,3 % nas legislativas ) como um Homem do País , conhecido e reconhecido pelo País fora , e não dos centros urbanos e intelectuais . Louçã demonstrou que mais que um dirigente partidário é de facto um Líder de um partido que comunga e se solidariza nele.Louçã prepara-se agora para um novo passo ... expandir o partido a nivel nacional e rejeitar de vez a ideia do culto do urbanismo - Bomba - Que papel caberá agora a Joana Amaral Dias , depois de auto-excluir-se destas presidenciais pelo seu partido , no futuro do Bloco de Esquerda ?

Não deve estar nada fácil a vida a Joana Amaral Dias , mas uma coisa é certa , arrebente a Bomba ( Joana Amaral Dias ) onde arrebentar ... que rebente perto de mim ( ou comigo ) !

quinta-feira, janeiro 19, 2006

BUUUUMMMM !!

( Dedicado à pseudo )

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Irão ... ( Foder-nos a todos ? )

E pronto , finalmente chegou o dia que todos já estranhavam não acontecer. O Irão através do seu Ministro dos Negocios Estrangeiros veio anunciar ao mundo a vontade do seu País de avançar com o tão melindroso projecto de energia nuclear, com vista a melhorar substancialmente a qualidade de vida ( leia-se não depender do custo da energia de outros ) de um povo subjugado a uma doutrina que a reprova continuamente. Ora se isto já não é uma contradicção em si , basta lembrar o que era o Irão nos tempos idos do seu Reinado do petróleo e da revolução que se gerou a seguir e de que agora se vive os seus sucedâneos. Todo o mundo ocidental receia e bem, que os propósitos possam não ser bem estes. Toda a Europa receia , e bem , que esta situação poderá muito bem resultar em mais um imbróglio "Iraquianesco" ou do genero , tão prósperos nesta região do globo e nesta época "Bushniana". Já não bastavam as armas de destruição maciça dispersamente escondidas sob as dunas do deserto para tirar o sono aos conscienciosos americanos, tinha agora que vir este senhor, na maior das calmas, anunciar ao mundo as pretenções do seu País em desenvolver um projecto de energia nuclear. Se após Saddam as preocupações americanas com a segurança do resto do planeta se prendiam quase exclusivamente por interpretações perigososas de teor teologico ( leia-se fundamentalismos ) ao inves de politicas economicas, agora junta-se o útil ao agradável ou neste caso o util ao extremamente desagradável. O Irão por si só um País remetido ao fundamentalismo com um programa de energia nuclear.(que poderá ter as repercussões que todos sabemos quer a nivel economico, como politico, como principalmente receamos militar e estrategico-militar ,etc ).Uma resistência declarada dos Países ocidentais a estes aparentemente inofensivos intentos poderá deflagrar o rastilho para a tão receada bomba accionada por um qualquer fundamentalismo. Se por um lado a administração Bush pode guerrear a paz das palavras dos profetas ( porque as palavras e mesmo estas as dos profetas só dizem aquilo que queremos que digam ) com o aceno do Novo Testamento , ironicamente anuirão na plenitude de uma concordia nunca vista , com a guerra a uma politica no seu entender dita duvidosa.
Quem no meio disto tudo irá certamente perder o sono , somos nós, que ingenuamente continuamos a acreditar que todos procuram a melhor solução.
Resta-nos esperar pelo que Irão ... fazer.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Os dilemas

Todos os actuais candidatos presidenciais sofrem por força do ultimar do tempo de dilemas de última hora , que passo a expôr :

Francisco Louçã : Está dividido entre o prolongar da sua postura agressiva e até mesmo em certos aspectos prepotente e o suavizar dessa mesma imagem com vista a uma até agora muito improvável corrida à segunda volta... O exemplo disso mesmo é o inusitado silêncio em relação a certas bandeiras caracteristicas do BE , como por exemplo ... ahhh ... O aborto ... e o que era mais de que ele tanto falava ... ahhh ... a liberalização do consumo de drogas leves ... e ... ahhh... hum ... O aborto tambem. Que grande dilema Francisco ... isto dos votos tem mais que se lhe diga que qualquer teoria económica ou modelo social.

Jerónimo de Sousa : (Re)Vive o dilema do sapo. Com o tradicional eleitorado mobilizado mas certamente insuficiente para o levar a uma segunda volta, começa já a preparar o estômago para o caso de voltar a ter de o engolir. O que vale é que a Joana Amaral Dias sempre lhe poderá dar um sabor a coxinha de rã ...

Manuel Alegre : Este homem é um dilema ambulante : Dividiu o PS ; Poeta , Idealista e contestatário ao Poder, dividiu parte da vida contra ou ao serviço deste nas várias vezes em que foi eleito deputado, etc. Alegre vive hoje o dilema de não ter um dilema objectivo. A possibilidade de passar à segunda volta e consequentemente de por ventura vir a ser eleito já o fez pensar em começar a criticar-se a si mesmo, ainda assim é um dilema que esta por vir.


Cavaco Silva : Vive com o dilema da mobilização ao voto. Se por um lado tem que apelar ao voto ( pelo bem de uma democracia ) sabe muito bem que este apelo será contra si. Com o seu eleitorado fixo ja consciente e preparado para votar logo na madrugado , cavaco só conseguirá mais votos se os importar de fora o que vai contra a sua politica de estabilidade economica nacional. Cavaco vive no dilema de apelar ao voto quando realmente pede que se deixem tranquilamente ficar no sofá que ele já tem a situação resolvida. A dele claro ...


Mário Soares : Vive o pior dilema de todos. Com todas as sondagens contra e já numa avultada excitação para a sua idade sabe que a única solução para uma reviravolta passa pelo aparecimento de Joana Amaral Dias numa revista masculina , de preferência nas páginas centrais , indicando o "X" onde devemos votar , o que poderia levar a um ataque cardiaco devido a sobre-excitação do candidato. Eu não sei , mas se a Joana Amaral Dias me pedisse para por (n)o "X" , eu não hesitava ... não hesitava mesmo.
Aí não havia dilema ...com toda a certeza.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Shar On ?

O recente episódio do acidente vascular do primeiro ministro israelita Ariel Sharon deve ser tomado como exemplo pela população portuguesa. Sharon antigo PM , ex-ministro de varios governos, figura carismática no seu partido apesar do avançar da idade ... e chega ... que já dá para perceber algumas semelhanças com um dos actuais candidatos a nossa presidência da república e que aparentemente gozava de uma invejavel condição de saúde em questão de dias abalou a confiança de um povo ( ja para não falar na confiança no conhecimento do alfabeto latino ... AVC ?? ou ABC ?? ) ao cair redondo sem que de um missil se tratasse , caso raro por aquelas bandas infelizmente.
Agora imagine-se que o caso por hipotese se dava cá em Portugal , que um hipotético candidato, e vou dizer um ao calhas e á sorte, Mário Soares de repente e logo no primeiro dia do mandato acometia-se de um caso semelhante. Ora , em primeiro lugar levaria um bom par de horas para que alguem finalmente concluisse que de alguma maleita se tratasse ao invés da pequena sorna ou sesta tipica de um digno representante luso da cadeira presidencial. Só aí já teriamos batido os israelitas no tempo de aplicação do celebre coma induzido, porque certamente após o imediato chamamento para as urgencias nacionais e porque se tratando do mais alto dignatário nacional o INEM não levaria mais do que 3 horas para acorrer ao local. Chegado o Presidente ao hospital e já devidamente diagnosticado e até mesmo principiado na primeira fase de tratamentos - Coma Induzido - resta-lhe agora esperar a obtenção de uma vaga nas omnipresentes filas de espera. Dado que um mandato presidencial não cobre o tempo médio de espera das supracitadas filas, muito provavelmente e porque estamos num País onde se preza o dialogo antes de qualquer resolução , venceria as eleições para novo mandato porque ninguem o ousaria enfrentar nesse estado. Entravamos assim no segundo mandato e ainda sem garantias de uma possivel solução para a situação. Se por hipotese ainda recuperasse o suficiente para se dobrar sobre uma cadeira , seria imediatamente empossado do cargo , como exemplo de resistencia e perseverança caracteristicas das quais somos um povo por excelência.
Assim seria em Portugal, resta saber como será em Israel ... Shar On ?