Era uma vez ...
Quando somos pequenos tendemos a dois comportamentos distintos : ou guardamos tudo para nós com medo de represálias de um mundo que ainda não compreendemos ; ou ao invés , e pelo mesmo receio , disparamos as culpas por todos e por todo o lado.
O medo ou receio baseia-se sempre na incompreensão de um mundo que roda á nossa volta mas que nos é intangivel , quer por não estarmos preparados para essa mesma realidade , quer por não possuirmos mecanismos de comunicação que nos permitam decifrar esse mesmo ambiente , quer por mais uma série de motivos óbvios que obstam a que possamos tomar parte desse mesmo mundo.
A maioridade entendida como a idade legal para o limite de tempo razoavel para que qualquer individuo percepcione por si mesmo e desenvolva os seus proprios mecanismos de integração nesse mundo tão secular é ela mesma insuficiente para o dotar de maturidade.
E o que é a maturidade? A maturidade mais que tudo é a admissão incondicional da nossa quota-parte desse imenso processo de culpa ou responsabilidade que é a nossa vida. Mesmo que o integral desse mesmo ambiente ou realidade nos seja quase desconhecido é absolutamente indispensável a admissão dos nossos erros e da nossa responsabilidade. Só assim se cresce. Só assim há espaço a uma maturidade. Não é pela simples responsabilização de outros que se prova a inocência. A inocência é medida sim pela amplitude e grau da nossa culpa/responsabilidade. E é essa admissão que nos torna grandes ou pequenos , porque convenhamos meus caros , que aqui ninguem é santo.
Todos mas todos somos responsáveis pelo País e pela mentalidade que temos.
Que venha daí o Portugal dos "grandinhos" , que do dos pequeninhos já ando farto , e o dos grandes ainda está longe.